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A greve dos caminhoneiros no Brasil em 2018, também chamada de Crise do Diesel, foi uma paralisação de caminhoneiros autônomos com extensão nacional iniciada no dia 21 de maio, no Brasil, durante o governo de Michel Temer, e terminou oficialmente no dia 30 de maio, com a intervenção de forças do Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal para desbloquear as rodovias. Algumas tentativas de continuidade do movimento ainda ocorreram, como a liderada no Distrito Federal pelo caminhoneiro Wallace Landim, alcunhado de "Chorão", mas não tiveram adesão. Os grevistas se manifestaram contra os reajustes frequentes e sem previsibilidade mínima nos preços dos combustíveis, principalmente do óleo diesel, realizados pela estatal Petrobras com frequência diária, pelo fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso e pelo fim do PIS/Cofins sobre o diesel. O preço dos combustíveis vinha aumentando desde 2017 e sua tributação representa 45% do preço final, sendo 16% referente ao PIS/COFINS, de competência da União. O preço ao consumidor da gasolina brasileira estava na média mundial na semana da greve, em valores absolutos, enquanto o diesel estava abaixo da média, sendo o segundo mais barato do G8+5, apesar de ser o segundo mais caro na América Latina, ao lado de Paraguai e Argentina.
A paralisação e os bloqueios de rodovias em 24 estados e no Distrito Federal causaram a indisponibilidade de alimentos e remédios ao redor do país, escassez e alta de preços da gasolina, com longas filas para abastecer. Além disso, várias aulas e provas foram suspensas, a frota de ônibus foi reduzida, e voos foram cancelados em várias cidades.
Até o dia 24 de maio, pelo menos cinco cidades no Rio Grande do Sul haviam decretado situação de calamidade pública devido aos desabastecimentos, enquanto outras cidades de quatro estados decretaram estado de emergência, dentre elas São Paulo e Porto Alegre. Desde o início da greve, as ações da Petrobras na B3 caíram 34 por cento, diante da redução do preço do diesel decorrente de negociações, perdendo 137 bilhões de reais em valor de mercado. No dia 25, o governo anunciou o uso das Forças Armadas para desobstruir as rodovias.
A greve e suas repercussões receberam cobertura internacional pela imprensa e dos principais jornais do país. A Anistia Internacional classificou o uso das forças armadas para desbloquear as rodovias como "extremamente preocupante". O ministro da segurança pública, Raul Jungmann, afirmou que o governo investigava a prática de locaute, negada pelos grevistas. No Senado, houve protesto, enquanto centrais sindicais, partidos políticos, e pré-candidatos às eleições presidenciais posicionaram-se a respeito da greve, alguns expressando apoio aos grevistas. Já o ex-ministro Henrique Meirelles afirmou que há um componente político-ideológico no movimento dos caminhoneiros.